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Novidades do kernel Linux

Introdução

Quando as novas versões do GNOME, KDE ou Xfce saem, os linuxers ávidos por novidades não deixam de conferir as surpresas que irão encontrar! OpenOffice.org, Firefox, GIMP e Inkscape, entre outros interessantes softwares, também não ficam atrás. O que falar então, dos novos recursos do Ubuntu que ainda serão lançados (bem como outras distribuições importantes)? No entanto, poucos dão a devida importância para as melhorias proporcionadas ao kernel Linux, o coração do nosso amado sistema operacional! Acaso, os leitores saberiam me dizer quais são as novidades mais importantes nos changelogs das últimas versões do kernel?
Linux Torvalds [quando mais jovem]...
Aos novatos e iniciantes, já devem saber que o Linux não é um sistema operacional tal como o Windows, mas apenas o seu núcleo (também chamado de cerne), o qual é o responsável por gerenciar todos os recursos computacionais (hardware) do sistema. Dada a necessidade de compartilhar recursos com os mais diferentes aplicativos disponíveis, o kernel Linux deverá prover uma íntima relação com estes dispositivos, o que é obtido através do desenvolvimento de instruções apropriadas no próprio kernel (embutido) ou em seus módulos (que fazem o papel equivalente aos drivers no Windows). E para tornar este cenário mais complexo, há uma variedade gigantes de dispositivos de hardware disponíveis, bem como plataformas distintas para diversificadas aplicações. Por isto, todas as inovações trazidas com os mais recentes releases do kernel, trazem profundas mudanças na interação de aplicativos e sistemas com o hardware. Eis então, o principal foco deste artigo: fazer uma breve análise das novidades mais impactantes dos últimos releases do kernel Linux, para a vida dos linuxers!
Nota: até o fechamento deste artigo, o kernel 2.6.36 estava prestes a ser lançado. Portanto, no ato de sua publicação, será bem provável que o novo kernel já esteja disponível em suas distribuições favoritas. Para obterem maiores informações, não deixem de consultar o distribuidor oficial do kernel, além dos sites e blogs especializados no assunto.
O atual release (2.6.35) não trouxe tantos aprimoramentos; mas, as novidades mais interessantes para o usuário final, pairam sobre os produtos da AMD: há o suporte oficial ao modo Turbo Core para as CPUs hexa-core Phenom II, além de garantir o suporte ao gerenciamento de energia e a capacidade de decodificação de vídeos no formato H.264 para as GPUs Radeon. Enquanto isso, aos poucos vai amadurecendo o suporte ao sistema de arquivos Btrfs, corrigindo problemas de desempenho (Direct I/O) e falhas de processamento em situações onde o espaço em disco disponível é totalmente ocupado (ENOSPC). Por fim, os engenheiros do Google fazem a sua aparição, oferecendo uma série de novos recursos para o processamento em rede, mas que pouco interessa aos ávidos linuxers que amam os seus desktops!
Phenom II X6: se não pode rivalizar com o Intel Core i7 em desempenho, ao menos garantirá alto processamento mais em conta para os linuxers.
Já o kernel 2.6.34 trouxe outras novidades interessantes, como a implementação do novo sistema de arquivos ext4. Embora a adoção de novos sistemas de arquivos seja um assunto polêmico entre os administradores de sistema, este será um dos poucos recursos que ficará em evidência entre os entusiastas, já que os usuários geralmente se interessam por novidades "que possam interagir": se tais recursos não oferecerem um ganho de performance perceptível, uma interface de interação diferenciada ou uma solução definitiva para um problema incômodo, eles certamente ficarão relegados ao esquecimento. Entre outras novidades importantes que merecem destaque a alternância entre GPUs com o nVidia Optimus (requer atualização do servidor X.org), a melhor performance para a alternância de estados em sistemas de gerenciamento de energia, os drivers especiais para a otimizar o desempenho da virtualização (KVM e VMWare); entre outras...
nVidia Optimus: a solução da nVidia para obter alto desempenho em processamento gráfico ou não, através de IGPs GeForce e Intel GMA.
Antes disso, o kernel 2.6.33 trouxe a inclusão dos drivers Noveau, para a árvore staging (dada ainda a sua imaturidade). Embora não traga a tão sonhada aceleração 3D nativa para o sistema, o Noveau se encontra em um estágio de desenvolvimento com concepções bem mais avançadas que o antigo nv, com possibilidades de oferecer mais recursos gráficos e uma melhor integração geral ao sistema. Já em sistemas de armazenamento, foi feita a adição do suporte ao ATA TRIM, tecnologia que garante o aumento da vida útil destas unidades, beneficiando assim muitos dispositivos móveis como tablets e netbooks. Por fim, entra em cena o suporte a interfaces de redes, onde alguns drivers importantes - iwlwifi, rt2800pci e iwmc3200to - foram inclusos para suportar os novos dispositivos.
Graças ao suporte ao ATA TRIM, os SSDs usados terão maior vida útil.
Para o kernel 2.6.32, o suporte ao ACPI 4.0 é o carro-chefe das novidades, pois se trata do mais recente e avançado sistema de gerenciamento de energia da atualidade. Ou seja: na data de lançamento deste kernel, nenhum outro sistema operacional suportava oficialmente estas especificações, até então! Nos tempos atuais, onde a eficiência energética é um parâmetro fundamental para a escolha de produtos e serviços, qualquer tecnologia ou recurso que visa a melhor relação performance/consumo, estará em alta tanto com os consumidores quanto com os empreendedores. Além desta importante novidade, desde o kernel anterior já possuía uma infraestrutura montada para promover a eficiência energética como um todo.
ACPI: graças à esta tecnologia, computadores do mundo inteiro economizam um valor imensurável em energia elétrica!
Por fim, o kernel 2.6.31 trouxe como destaque, o suporte ao novíssimo barramento USB 3.0. Não acham o USB 3.0 tão novo assim? Têm razão; no entanto, devem levar em conta que este release foi lançado em setembro de 2009, uma época que as placas-mãe recém-lançadas mal cogitavam oferecer suporte ao padrão USB 3.0 em seus projetos! Tal como viria a acontecer posteriormente com o ACPI, o kernel Linux também chegou à frente dos demais sistemas, sendo o primeiro a oferecer suporte ao padrão USB 3.0. Enquanto isso, os antigos chips ATI Radeon - do R1XX ao R5XX - (até a série X1950) passaram a ser suportados pelo modo Kernel Mode Setting, o que facilita a vida dos usuários na configuração de suas placas de vídeo, bem como melhora sensivelmente o seu desempenho geral: ao invés do servidor X.org, será o kernel Linux que estará gerenciado destes dispositivos! ;-)
USB 3.0: através do kernel 2.6.31, o Tux sai na frente, sendo primeiro sistema operacional a suportar o padrão!
Só para se ter uma ideia das imensas possibilidades do kernel Linux em diferentes plataformas, sugiro a leitura do artigo "O kernel Linux e as suas 1001 utilidades".
Eita, quantas novidades, heim! Se está surpresos com tantos novos recursos, então prepare-se para mais esta: como disse no início deste artigo, apenas descrevi as novidades mais impactantes para o usuário final. No geral, a cada novo release do kernel Linux, muitas melhorias são implementadas para as mais diversas áreas. Em sistemas dedicados para altíssima capacidade de processamento, bem como mainframes e servidores de redes especializados, assim como muitos outros dispositivos diversificados, recebem a devida atenção do kernel Linux. Afinal de contas, estamos falando de um sistema multiplataforma! &;-D
Por Ednei Pacheco

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